quinta-feira, 11 de junho de 2015

Biografia do Autor.

Cordelista Manoel de Santa Maria

Nascido em Santa Maria do Suaçuí, no Leste de Minas, o autor, aos dois anos de idade, foi levado para Governador Valadares, onde sua família fixou residência, praticamente alfabetizou-se lendo os grandes clássicos da Literatura de Cordel para seu pai, Antônio Leandro, analfabeto, mas que se
Monumento a Nossa Senhora
Em Santa Maria do Suaçuí-MG
deliciava escutando romances e as pelejas do tipo: Pavão Misterioso, Peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum, Coco Verde e Melancia, Canção de Fogo, Pedro Malazartes, João Grilo, etc. 

O autor fez seus primeiros estudos em Governador Valadares, no Colégio Ibituruna (externato da Congregação dos Padres Escolápios  (espanhóis).

Governador Valadares situava-se à margem da rodovia Rio-Bahia, rota natural dos nordestinos que, a bordo dos tradicionais caminhões paus-de-arara, em sua grande maioria destinavam-se a São Paulo, capital. Esses retirantes, via de regra, traziam na bagagem os folhetos de Cordel e os colocavam à venda na cidade.

Antes de entrar para a faculdade, Manoel Alves de Sousa ou de Santa Maria já falava Espanhol e falava, escrevia e traduzia Inglês como autodidata, após cultivar o saudável hábito de ler todas as gramáticas que conseguia adquirir com seus parcos recursos nos sebos da Praça Tiradentes e da Rua São José, na cidade do Rio Janeiro.

Após lecionar e ser guia de turismo no Rio empregou-se no Consulado Americano, sendo logo transferido para a Embaixada Americana em Brasília, onde também trabalhou na Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS).

O autor cursou Letras Português/Inglês na FAHUPE do Campo de São Cristóvão e também capacitou-se ao certificado de Proficiência (7 anos) em Inglês emitido pelo Escritório da ONU (Organização das Nações Unidas/New York).

Exerceu o Magistério até 1982, após seu retorno de Brasília, e com residência fixa em Araruama. 

De 1982 a 2008 desempenhou várias funções em diferentes plataformas e navios de prospecção de petróleo como por exemplo as funções de Rádio Operador, Intérprete, Supervisor de Segurança no Trabalho e Operador de Lastro. 

Foi na atmosfera de solidão acompanhada do regime de confinamento das embarcações que o autor produziu a maior parte dos seus livretos de Cordel.

A propósito, vamos conferir duas estrofes do folheto: 

“O Petroleiro”.

Ser petroleiro é ficar/Quatorze dias ausente/Da esposa ou namorada/
Sem ver amigo ou parente/É ler notícia atrasada/É uma saudade danada/
Que inunda o peito da gente!
Sabe lá o que é passar/Metade de nossas vidas/Reféns do confinamento/
Sem as pessoas queridas/Pois o tempo não espera/E a gente não recupera/
Coisas idas e vividas!

O autor já divulgou e pesquisou a presença da Literatura de Cordel em outros países, aproveitando o ensejo de suas viagens a trabalho ou fazendo cursos da área de petróleo. É membro cofundador da ABLC (Academia Brasileira de Literatura de Cordel), e recentemente da Academia Araruamense de Letras ocupando a cadeira de número 4 que tem como patrono o Cordelista Leandro Gomes de Barros. 

Faz palestras e exposições nas escolas e expõe suas obras nas praças, feiras, calçadas, feiras livres, bares etc, e também comparece todos os domingos à Praça do Repentista do Centro de Tradições Nordestinas Luiz Gonzaga/Nova Feira de São Cristóvão, onde expõe os seus trabalhos de Cordel.


Gonçalo Ferreira da Silva 
Presidente da ABLC

Um comentário:

  1. É um prazer ter você como irmão na AARALETRAS - Academia Araruamense de Letras.

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